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Praia do Murubira
A Ilha de Mosqueiro constitui-se hoje como um dos pontos turísticos paraenses mais visitados. É impossível, mediante a tantos meios de comunicações existentes, não conhecer a ilha. Quem vem visitar a capital paraense, visita também suas belas praias que são valorizadas e bastante procuradas, principalmente nos períodos de férias escolares.
HISTÓRICO
A
história de Mosqueiro se confunde com a história da colonização da Amazônia,
particularmente do Estado do Pará e de sua capital. É a história de um
Arquipélago singular, localizado na fantástica foz do rio Amazonas que vem
encantando os viajantes durante séculos. A verificação de mapas do século XVII,
produzidos pelos primeiros navegadores europeus a visitar a região, aponta para
dois aspectos interessantes do ponto de vista histórico para o Arquipélago do
Mosqueiro. O primeiro é a denominação de Ilha de Santo Antônio e o segundo é o
fato da região ser conhecida como a Província dos Tupinambás. Habitantes do
estuário amazônico, os tupinambás estavam na região à cerca de 12.000 anos e
constituíram uma civilização e uma cultura intimamente ligadas à natureza. A
partir disso elaboraram tecnologias, teologias, sociedades que nasceram e
experimentaram um modo de vida fortemente relacionado com a floresta, os rios,
os minerais e as espécies da fauna e da flora. Em janeiro de 1500, o navegador
espanhol Vicente lãnes Pinzón chega à costa norte brasileira e depara-se em
meio a um grande mar de águas doces, turvas e esbranquiçadas, região que mais
tarde ele irá denomina de "Santa Maria de la Mar Dulce". Encantado
pelo formoso delta, Pinzón desembarcou na praia de uma aprazível ilha onde
permaneceu o tempo necessário para continuar a viagem, assim, foi em uma ilha
amazônica onde, pela primeira vez, um europeu colocou os pés em solo
brasileiro. Fazendo parte deste maravilhoso arquipélago e guardando as suas
belas praias com ondas de água doce, estava uma ilha que, futuramente, receberá
o nome de Mosqueiro. Em 1545, o explorador espanhol Francisco Orelhana, que já
havia passado pelo delta do grande rio em 1542 e espalhado pelo velho mundo a
notícia de haver encontrado guerreiras para as quais denominou de Amazonas,
retorna à região. Partindo de Sevilha, Orelhana avista a terra reconhecendo o
cabo de São Roque, percorrendo mais umas cem léguas, afastados doze da terra,
os navegantes encontraram água doce, era o sinal que seu comandante buscava
para saber que havia retornado ao delta do rio das amazonas. No da seguinte,
chegaram a uma baía localizada entre duas ilhas abundantes de frutas e pescado.
O historiador João Lúcio D'Azevedo, comentando este episódio, escreve "...
No dia seguinte ao que penetraram no rio, deram fundo entre duas ilhas bastante
povoadas: pode-se se supor fosse a baía do Sol, perto das lhas do Colares e
Mosqueiro. Na véspera, quase se perdem nos baixos: devia ser os de Bragança.
Tudo isto a simples inspeção do mapa nos confirma". D'Azevedo também
comenta, baseado no relato do frei Gaspar de Carvajal, que este dia era
consagrado à Nossa Senhora do Ó, aquela que mais tarde tornar-se-ia padroeira de
Mosqueiro. Partindo da baía de São Marcos, no dia 25 de dezembro de 1615, a
expedição de Caldeira Castelo Branco tinha o propósito de avançar para o norte
o processo Colonizador. Pós alguns dias de viagem, a expedição chega defronte
da entrada da atual cidade da Vigia. Dando prosseguimento a sua viagem, os
navegadores atravessam a baía do Sol e a ilha de mesmo nome, hoje conhecida
como ilha de Colares. Em relato feito para o rei D. João V pelo funcionário da
Coroa Bernardo Pereira Berredo, neste momento, deparam-se com uma região
considerada o lugar mais apropriado para a conquista e povoação e "um dos
mais agradáveis lugares desta Costa para fundar uma cidade" segundo o
padre José de Morais, que acrescenta em seguida" a não serem seus mares
tão inquietos que faziam dificultoso o desembarque das naus do reino e embarcações
da terra, por ser açoitada toda aquela Costa das grandes maresias da tarde,
algumas vezes com trovoadas". No dia seguinte, Caldeira subiu um pouco
mais, assentando a nova povoação em uma península à direita do rio Guamá.
Estava fundada Belém, em 12 de janeiro de 1616. A falta de precisão dos documentos
relativos à expedição de Caldeira Castelo Branco não nos permite ter convicção
de que o lugar ao qual se refere Berredo é Mosqueiro, todavia a descrição que o
padre José de Morais faz da região, guarda enorme semelhança com a enseada da
ilha voltada para a baía do Sol. Nos primeiros séculos de colonização
portuguesa, o litoral era responsável pelo abastecimento do núcleo colonizador.
Não demorou muito para os jesuítas instalarem na ilha de Mosqueiro a Missão
Myribira que, juntamente com a Missão Topinambazes, na ilha de Colares e outras
do mesmo gênero constituíam as Aldeias de Baixo. A estratégia desenvolvida
pelos jesuítas foi fundamental para o sucesso do aparato colonizador em seus
momentos iniciais. Administravam recursos que serviam para o pagamento de dotes
para aqueles colonos que casassem com nativas da região. Através de suas
aldeias garantiam a mão de obra necessária para a construção do núcleo urbano,
bem como para a exploração das drogas do sertão. Ao ser nomeado pelo rei de
Portugal, D. José I, como Secretário de Negócios Estrangeiros e de Guerra, o
Marquês de Pombal inicia um processo de mudanças na política do governo
português que resultam em grandes transformações na região. Em 1751, cria o
Estado do Grão-Pará e Maranhão e transfere a sede do governo para Belém. Seu
meio irmão Francisco Xavier Mendonça Furtado é nomeado governador. Furtado
estabelece, em 1757, normas que instituíam o cargo de diretor de aldeia,
nomeado pelo governador. Contrários às novas diretrizes do governo, os jesuítas
são expulsos do Pará por ordem do Marquês de Pombal, em 1759. No século XVIII, muitas pessoas requereram
enormes áreas de terras em Mosqueiro, as léguas de "sesmarias" como
era chamado o documento que doava as terras pertencentes à Província Imperial.
Entre estes beneficiados estava o posseiro Padre Antônio Nunes da Silva a quem
coube a doação das terras da Baía do Sol, em 06 de dezembro de 1746. Contando
com a mão de obra de escravos africanos, seus herdeiros construíram sítios
agrícolas como o Sítio Conceição, ainda preservado, e Sítio Santana cujas ruínas
de sua casa grande encontra-se na propriedade do Hotel Paraíso. Na primeira
metade do século XIX, o Pará vivenciou a revolta dos Cabanos, assim nomeada por
fazer referência às habitações daqueles que formavam os maiores contingentes
que integraram o movimento. Faziam parte do movimento camadas sociais
desfavorecidas como caboclos, índios destribalizados e os negros libertos que
moravam nas ilhas e regiões próximas a Belém, além de alguns fazendeiros e
comerciantes inconformados com a política do presidente da província. No
litoral de Mosqueiro, importante reduto Cabano, havia dois pontos artilhados; o
da Vila, instalado nas barrancas da praia do Bispo, e o do Chapéu Virado, com
artilharia montada nos penedos que ali existiam.
Praia do Chapéu Virado
Praia do Bispo
Eram desses pontos que os Cabanos atingiam os navios que conduziam tropas, mantimentos, armas, munições e fardamento para o marechal Manuel Jorge Rodrigues na ilha de Tatuoca e para as tropas de Pernambuco que haviam aportado na ilha de Cotijuba. A resistência, instalada na ilha do Mosqueiro, enfrentou as forças legalistas, em 21 de janeiro de 1836, em plena praia do Chapéu Virado. Após horas de combate, vários mortos e feridos de ambos os lados e sem munição, os Cabanos saíram em retirada pelas matas e rios da região. Nas décadas seguintes à Cabanagem, Mosqueiro continuava com sítios agrícolas, concentrados em sua maioria no norte do Arquipélago, e um pequeno vilarejo ao sudoeste com suas casas localizadas, entre arvoredos, na beira da baía. Sua vinculação à Freguesia de Benfica na condição de Vila, fez com que este vilarejo viesse a dar origem ao bairro conhecido como Vila do Mosqueiro. Quando vice-presidente da Província do Pará, o Cônego Manoel José de Siqueira Mendes sancionou a lei da Assembléia Provincial 563, de 10 de outubro de 1868, criando a Freguesia de Mosqueiro e extinguindo a de Joanes. Em seu artigo 1º lemos: "Fica criada na povoação de Mosqueiro uma freguesia sob a invocação de Nossa Senhora do Ó...". A igreja que havia na povoação e pertencia à Irmandade de Nossa Senhora do Ó foi indicada para matriz provisória e mandada avaliar para a devida indenização à irmandade, promovendo-se a sua conclusão pelo governo da Província, o mesmo ocorrendo com a obra do cemitério que ficava ao lado da capela e pertencia à mesma irmandade. D. Macedo era então o bispo do Pará e nessa qualidade designou em portaria de 02 de abril de 1869, para vigário da nova freguesia, o padre de cinqüenta e um anos, Manoel Antônio Rayol, que a aceitou e nela se radicou. O Século XIX chegava às suas últimas décadas, Mosqueiro deixaria de ser Freguesia e passaria para a condição de Vila de Belém em 06 d julho de 1895. A região começava a experimentar um novo ciclo econômico que traria grandes transformações. Para Mosqueiro estavam reservadas muitas surpresas.
Praia do Chapéu Virado
Praia do Bispo
Eram desses pontos que os Cabanos atingiam os navios que conduziam tropas, mantimentos, armas, munições e fardamento para o marechal Manuel Jorge Rodrigues na ilha de Tatuoca e para as tropas de Pernambuco que haviam aportado na ilha de Cotijuba. A resistência, instalada na ilha do Mosqueiro, enfrentou as forças legalistas, em 21 de janeiro de 1836, em plena praia do Chapéu Virado. Após horas de combate, vários mortos e feridos de ambos os lados e sem munição, os Cabanos saíram em retirada pelas matas e rios da região. Nas décadas seguintes à Cabanagem, Mosqueiro continuava com sítios agrícolas, concentrados em sua maioria no norte do Arquipélago, e um pequeno vilarejo ao sudoeste com suas casas localizadas, entre arvoredos, na beira da baía. Sua vinculação à Freguesia de Benfica na condição de Vila, fez com que este vilarejo viesse a dar origem ao bairro conhecido como Vila do Mosqueiro. Quando vice-presidente da Província do Pará, o Cônego Manoel José de Siqueira Mendes sancionou a lei da Assembléia Provincial 563, de 10 de outubro de 1868, criando a Freguesia de Mosqueiro e extinguindo a de Joanes. Em seu artigo 1º lemos: "Fica criada na povoação de Mosqueiro uma freguesia sob a invocação de Nossa Senhora do Ó...". A igreja que havia na povoação e pertencia à Irmandade de Nossa Senhora do Ó foi indicada para matriz provisória e mandada avaliar para a devida indenização à irmandade, promovendo-se a sua conclusão pelo governo da Província, o mesmo ocorrendo com a obra do cemitério que ficava ao lado da capela e pertencia à mesma irmandade. D. Macedo era então o bispo do Pará e nessa qualidade designou em portaria de 02 de abril de 1869, para vigário da nova freguesia, o padre de cinqüenta e um anos, Manoel Antônio Rayol, que a aceitou e nela se radicou. O Século XIX chegava às suas últimas décadas, Mosqueiro deixaria de ser Freguesia e passaria para a condição de Vila de Belém em 06 d julho de 1895. A região começava a experimentar um novo ciclo econômico que traria grandes transformações. Para Mosqueiro estavam reservadas muitas surpresas.
A ORIGEM DO NOME “MOSQUEIRO”
A influência da cultura tupinambá deixou suas marcas em
Mosqueiro, a começar pelo próprio nome. Alguns estudiosos, entre eles Meira
Filho, atribuem o termo Mosqueiro a um processo de corruptela do termo Moquém
ou Moqueio. Com o objetivo de conservar a carne da caça ou do pescado, os
tupinambás utilizam o moqueio, técnica tradicional onde, sobre uma grelha feita
com pau de tucumã e envolto na folha do guarumã, a carne fica exposta a um
fumeiro feito com a lenha do muruciceiro ou do maraximbé. Nos primeiros séculos
de colonização portuguesa, o litoral era responsável pelo abastecimento da
cidade de Belém. Os tupinambás submissos, também conhecidos como tapuias eram
encarregados desta tarefa. Como não possuíam a cultura do sal e não dispunham
de tecnologias como a refrigeração, as praias de Mosqueiro, caminho obrigatório
para quem chega em Belém, foram palco da prática intensiva do moqueio. Os
colonizadores não conheciam o termo Moqueio, mas conheciam Mosqueiro, nome dado
a algumas localidades de Portugal e Espanha, logo concluíram era a ponta dos
Moqueios, a ponta da Musqueira, a ponta do Mosqueiro.
CASARÕES
: UM PEDAÇO DA EUROPA NA AMAZÔNIA.
Construídos para serem recantos
paradisíacos de férias, os casarões Mosqueirenses são um marco na história
paraense. Na passagem do século XIX para o século XX a Europa seguia frenética
o curso do desenvolvimento industrial. Em Belém do Pará, os barões da borracha
pareciam respirar os mesmos ares europeus, proporcionando à capital paraense
uma época de luxo, ostentação e busca pela modernidade. Outros centros urbanos
da Amazônia também viveram esses períodos de progresso nos anos de apogeu da
borracha, entre1880 e 1912. Mas, no Pará essa euforia trouxe desdobramentos
para a ilha de Mosqueiro, conhecida, até então, por auxiliar no abastecimento
de Belém. Os impactos em Mosqueiro chegaram nas bagagens dos europeus. Eles
aportaram na Amazônia para trabalhar na urbanização de Belém e de outras
capitais da região. De acordo com o historiador Augusto Meira Filho, autor do
livro "Mosqueiro Ilhas e Vilas", esses estrangeiros descobriram rara
beleza no arquipélago. O clima já exótico da região foi acentuado pela visão
das praias de água doce. A ilha tornou-se o local predileto para os Lochard, os
Ponted, os Smith, os Upton, os Kaulfuss, os Arouch, além de outras famílias. No
princípio, elas utilizavam embarcações particulares para chegar à ilha e,
posteriormente, com a implantação de uma linha regular de transporte fluvial,
no começo do século XX, construíram residências para passarem os finais de
semana. Famílias abastadas de Belém logo aderiram ao movimento. Nesse período,
alguns proprietários de residências na orla construíram trapiches particulares.
Assim surgiu a denominação "Porto-chalé", como o "Porto
Artur" e "Porto Franco". As encomendas chegavam com mais conforto
às residências. Os próprios pescadores da ilha iam vender peixes na porta das
casas, antes mesmo de seguir para o mercado.
Casarão na Praia do Farol
Para o professor da Universidade Federal do Pará UFPA e arquiteto, Milton Monte, estudioso da arquitetura daquela região e apaixonado confesso pela ilha, os casarões da orla mosqueirense representam raros exemplares arquitetônicos. Os prédios foram construídos mesclando estilos europeus com a realidade climática local, tendo porões habitáveis ou não, feitos em função da salubridade e ventilação. Monte, que apresentou como trabalho de conclusão de curso em arquitetura uma tese sobre a edificação dessas casas em Mosqueiro, lembra que a construção de casarões por europeus aconteceu em vários pontos da Amazônia. Em Icoaraci, também distrito de Belém, há construções similares, como o chalé da família Cardoso. Milton, acreano e autor do projeto do pórtico da entrada de Mosqueiro, conta que, no estado onde nasceu, é possível identifica-las, mas em menos escala. Entretanto, para ele, isso não minimiza a importância histórica e arquitetônica das edificações na ilha. Apesar de terem sido construídas em outros pontos da região, a ilha é o local com maior número de casarões e, por isso, apresenta maior diversificação. Dessa forma, a arquitetura se torna singular entre estilos tão distintos. O chalé Canto do Sabiá, por exemplo, recebeu influência da arquitetura eclética alemã. Em outros casos, é mais difícil fazer essa identificação de estilos, como o chalé Porto Arthur. Apesar desse movimento de veraneio ter aumentado expressivamente com a chegada dos europeus à ilha, há quem defenda que na primeira metade do século XIX, o Pará apresentava propriedades rurais com características observadas nos casarões de Mosqueiro.
LOCALIZAÇÃO
A ilha do Mosqueiro é um distrito administrativo do
município de Belém, está localizada na costa oriental do rio Pará, no braço sul
do rio Amazonas, em frente a baia do Guajará. A área ocupada é de
aproximadamente 212 km² e está localizada a 70 km de distancia do centro da
capital, a única via de acesso é a ponte Sebastião R. de oliveira, possui 17 km de água doce, a sua população é
de 50 mil habitantes .
O rio era então o único meio de acesso desta incipiente
ocupação. A expansão vigorosa do processo ocorreria somente em 1968 com a
inauguração da estrada, interligada por balsa. Foi um marco para a aceleração
da especulação imobiliária, que se expandiu em direção às praias do Ariramba e
São Francisco. A partir de 1976, a ocupação voltou a se intensificar com a
construção da ponte Sebastião Oliveira.
A valorização da ilha do Mosqueiro, teve início no final do século XIX e está
ligada ao ciclo da borracha. Foram os
estrangeiros, atraídos pela exuberância da economia da capital, os primeiros a
valorizar a ilha como local de veraneio. Foram eles que construíram os casarões
que ainda hoje podem ser vistos em torno da orla das praias do Farol, Chapéu
Virado, Porto Arthur e Murubira. Os barões da borracha encamparam a descoberta.
Começava assim o processo de ocupação da ilha.
Mapa da Ilha
PRAIAS,
ORLAS E PRINCIPAIS PONTOS TURÍSTICOS
Mosqueiro é
repleta de praias. As principais são: Areião, Bispo, Praia
Grande, Prainha do Farol, Farol, Chapéu Virado, Porto Artur, Murubira, Ariramba,
São Francisco (Fica isolada entre Carananduba e Ariramba), Carananduba, Conceição(Entre
as praias do Carananduba e Marahú existe uma praia deserta que não é utilizada
por conta do dificil acesso.), Marahú, Caruará, Paraíso, Paissandú, Baía do Sol,
Camboinha, Fazendinha, Bacuri.
Os principais pontos turísticos da
ilha de mosqueiro são: Praça Cipriano Santos, Praça do Chapéu Virado eTrapiche.
Além das diversas e belas orlas: Farol, Chapéu Virado, Porto Artur, Murubira, Ariramba,
P.Bispo.
Praça Cipriano Santos
ASPECTOS
CULTURAIS
EVENTOS CULTURAIS
A ilha de
Mosqueiro conta com diversas opções no âmbito cultural. A programação vai de
Janeiro a janeiro, sendo que no mês de Julho a procura por lazer e diversão é
ainda maior. O mês de Junho também merece destaque neste tópico. Neste mês
acontece: concursos (dentro e fora da
ilha) de quadrilhas juninas, apresentação de boi, grupos folclóricos,
apresentação de bandas de forró e muitas outras atrações. A programação é
extensa e acontece durante praticamente todo o mês.
Exemplo
dessa diversidade nas opções é que, este ano, mas precisamente em Abril, Mosqueiro
recebeu uma apresentação de chorinho. Uma noitada de boa música com artistas da
terra e convidados especiais fora levada ao público mosqueirense e visitantes
no coreto da praça da matriz na vila. Realizado pela Prefeitura municipal de
Belém, através da Agencia Distrital de Mosqueiro e Departamento de Evento e
Turismo ( DETUR-PMB), com a coordenação do Grupo “Chorando Pra Cachorro”,
aconteceu o I CHORO NA PRAÇA, que faz parte do Projeto "A Praça é
Nossa", da Agencia Distrital de Mosqueiro.
O evento, para todas as idades, foi
uma homenagem ao Dia Nacional do Chorinho, que é comemorado no dia 23 de abril,
contou com convidados de renome na arte musical e especialistas em instrumentos
usados na arte de melodiar o bom chorinho, dentre eles estavam presente: Orquestra
De Choro Do Pará, Adamor Do Bandolim, Paulo Moura - Violão De Sete, Carlinhos
Qutierrez - Violão De Sete, Bochecha - Cavaco, Meninéia - Percursão, Claudio
Lago E Os Organizadores Do Evento, Grupo Chorando Pra Cachorro.
EVENTOS RELIGIOSOS
Em
Mosqueiro, existem duas paróquias que movimentam a tradição religiosa: Paróquia
de Nossa Senhora da Conceição e Paróquia de Nossa Senhora do Ó. Destaque deve
ser dado à segunda paróquia citada já que é a mais conhecida, dentro e fora do
território paraense. Ó. A festividade
ocorre a mais de 200 anos e segundo moradores, a procissão sai às ruas desde a
década de 20 do século passado. A história da criação da paróquia se iniciou
com a chegada dos jesuítas espanhóis na ilha, os mesmos foram responsáveis pela
catequização dos nativos, além de aproveitar a mão de obra local nas Missões
Jesuitas. A eles também é atribuído, pelo padre Altamirando (pároco de
Mosqueiro por alguns anos) a propagação do culto e a constituição da Irmandade
de Nossa Senhora do Ó. A imagem da santa era conduzida no sábado até a Casa dos
Irmãos Maristas, localizada na praia do Bispo. No dia seguinte, ela retornava para
a Igreja Matriz. Em 1950, o trajeto foi ampliado até a capela do Sagrado
Coração de Jesus, no Chapéu Virado. Inaugurada em 17 de dezembro de 1909, a
capela foi erguida por um devoto da santa, Guilherme Augusto de Miranda, que
alcançando uma graça ( recuperar a saúde de um familiar) decidiu erguer a
capela ao Sagrado Coração de Jesus, na praça do Chapéu-Virado. Mesmo diante de
relatos e fatos históricos, é difícil afirmar quando e como foi o primeiro
círio de Nossa Senhora do Ó. Há ausências de registros no livro de tombo da
paróquia.
Círio de Nossa Senhora do Ó - Imagem de Odilson Sá.
Já
a Paróquia de Nossa Senhora da Conceição é relativamente mais nova. Com apenas
quatro anos de fundação, abrange as comunidade que vem da Baía do Sol, até o
São Francisco. Seu pároco atual é o padre Francisco e o círio acontece no
ultimo domingo de novembro.
Outra manifestação religiosa que
merece destaque é o tapete de Serragem. Ao termino da trasladação, jovens da
paróquia de Nossa Senhora da Conceição vão às ruas para fazer um tapete de
serragem no percurso do Círio. Para confecção, eles utilizam, além da serragem,
pó xadrez e areia. Inspirado no tapete
de serragem feito durante a festa de Corpus Christi, no município de Capanema,
a devoção existe a mais de 30 anos e mede aproximadamente 1.500 metros de
comprimento, 5 metros de largura e 2 centímetros de altura.
Tapete de Serragem - Imagem: Carina Ribeiro.
PÓRTICO
Em julho de 2005, a Prefeitura de
Belém, deu inicio às reformas na ilha, dando uma nova cara à localidade. O
renomado arquiteto Milton Monte, então professor da Universidade Federal do
Pará, foi convidado para elaborar o
projeto do pórtico de entrada de Mosqueiro. Milton Monte, que é apaixonado pela
ilha, se inspirou nos chalés construídos no século XIX pelos colonizadores
europeus, que são replicas idênticas aos chalés das regiões fronteiriças entre
França, Alemanha, Suíça e a Bélgica.
O pórtico, construído em
maçaranduba (madeira nobre da região), tem nove metros de altura e 17 metros de
largura. Está localizado a 300 metros do trevo de Carananduba, da Pa-391,
estrada de acesso a Mosqueiro.
A ilha ganhou, pela primeira vez,
sinalização turística. São 85 placas indicativas conforme estabelece os padrões
internacionais de turismo. Quiosques de
informação da Coordenadoria Municipal do Turismo (Belemtur) foram montados em
pontos estratégicos para atender os visitantes da ilha.
ÁGUA E ESGOTO
A
ilha recebeu, em 2005, obras do sistema de abastecimento de água e tratamento esgoto,
garantindo água de qualidade e sistema de esgotamento sanitário para assegurar
saúde e qualidade de vida aos moradores e também, preservar os recursos
naturais que compõem o cenário exuberante da ilha.
Foi instalado um poço de 270 metros
de profundidade, na 5ª rua, com um reservatório de 500 mil litros de água, que
serão jogados na rede de distribuição do sistema que atende os bairros da Vila
e da Baía do Sol. O poço da Praia do Bispo também foi reativado. A prefeitura
também entregou o sistema de esgoto sanitário, e 45,5 km de rede coletora
instalada. Ele tem capacidade para 5.286 ligações familiares, beneficiando,
diretamente, cerca de 90 mil pessoas. O sistema integra 567 poços de visita,
sete estações elevatórias e duas de tratamento de esgoto. O sistema também
contribuiu para preservar os mananciais superficiais, barrar a contaminação das
praias e expandir o turismo.
SAÚDE
A saúde em
Mosqueiro também é prioridade da Prefeitura de Belém. Nesta área, foi feita,
ainda no ano de 2005, a reforma completa do Hospital Municipal, que passou a
atender casos de média complexidade e de urgência e emergência. Ou seja,
cirurgias especializadas e partos passaram a ser realizados na ilha.
Descentralização do atendimento das Unidades Básicas de saúde que passaram a
funcionar 24h e, também, foram revitalizadas, é outro passo importante da
prefeitura. A ação educativa e preventiva também foi intensificada em todos os
programas da Sesma.
VALORIZAÇÃO PAISAGISTICA
Ainda
no ano de 2005, a orla, a Vila, a Avenida 16 de Novembro e as praças Princesa
Isabel e do Bacuri foram revitalizadas. A Praça Princesa Isabel recebeu novo
gramado, iluminação especial e acessos à pessoas com deficiência, com rampas
para usuários de cadeira de rodas e guias no piso destinados aos portadores de
necessidades visuais.
Na
orla do Paraíso, Ariramba, Morubira, Porto Artur, Chapéu Virado, Farol,
Prainha, Praia Grande, Bispo, além da Vila e da Avenida 16 de Novembro, foi
feita a ponta das árvores e
revitalização paisagística com a recomposição de várias áreas gramadas. A Praça
do Bacuri, na Baía do Sol, ganhou jardim de brinquedos. Também foi feita a
restauração do coreto, construído aos moldes ingleses.
Orla da Praia do Farol
INFRA ESTRUTURA
Em
2005, foram feitos serviços de manutenção de rede de drenagem, pavimentação e
limpeza. Somente em obras viárias foram atendidos 247.192 metros quadrados. A
recuperação asfáltica atendeu mais de 25 mil metros de vias publicas. E a
operação tapa buraco chegou a 14 ruas, um total de 22.710 metros. Dente as ruas
beneficiadas estão: a Estrada da Baía do sol, Variante Estrada Paraíso e
Avenida Beira Mar. A Avenida, no trecho
Rua da Bateria a Prainha, e a Rua
Nossa Senhora do Ó, no trecho Rua pedreira a Marques Braga, foram recuperadas.
Já a 6ª Rua (da Getulio Vargas a estação de Tratamento), Rua Natal do Murubira
( da Pires Teixeira a Beira Rio) e beira Rio de Deus receberam selante. Também
foi realizada a reforma do mercado municipal e da Igreja Matriz.
Avenida 16 de Novembro.
ECOTURISMO
Em Mosqueiro,
outro segmentos tem chamado a atenção da prefeitura: o ecoturismo. Na ilha
existem o Parque Ambiental da Ilha de Mosqueiro e a Estação Ecológica do Furo
das Marinhas, além de ilhas anexos, a exemplo das Pombas, da Maracujá, dos
Guaribas, Murubira, São Pedro e dos Amores, a mais visitada pelos turistas. Há
também outra unidade de conservação, o Parque Municipal da Ilha de Mosqueiro,
que, para visitar, é preciso entrar em contato com a secretaria Municipal de
Meio Ambiente (Semma). Neste parque existe a trilha ecológica “Olhos D’Água”, que
mesmo passando um ano desativada, voltou a fazer parte do roteiro paradisíaco
da ilha. Os visitantes podem conhecer lugares quase inexplorados no balneário.
Em seis horas de roteiro turístico, os aventureiros conhecem a geografia, a
fauna, a flora e etc.
Placa Sinalizadora da Trilha Ecológica "Olhos D'Água" - Imagem: Divulgação
Trilha Ecológica "Olhos D'Água" - Imagem: Divulgação.
GASTRONOMIA, HOSPEDAGEM & SERVIÇOS PÚBLICOS.
A
ilha de Mosqueiro conta com 8 restaurantes bem equipados e prontos pra receber
clientes, mesmo no período de sazonalidade. Além dos diversos meios de
restauração encontrados nas beiras das praias, em hotéis, pousadas e balneários
é possível deparar-se e degustar com a culinária típica mosqueirense.
Tapiocaria da Vila de Mosqueiro
Hotéis
e pousadas também são encontrados em grande quantidade na ilha. Ao todo são 7
pousadas e 7 restaurantes, números plausíveis, considerando o tamanho da ilha.
Entre estes hotéis, merece destaque o Hotel Farol, onde sua historia muitas
vezes se confunde com a historia da própria colonização da ilha e é um dos mais
freqüentados e tradicionais de toda a ilha.
Hotel Farol - Praia do Farol
Mosqueiro também conta com Agências
bancárias, corpo de bombeiros, correios, terminal rodoviário, departamento de
eventos e turismo, posto de policia, hospitais, farmácias, supermercados,
internet e toda a infra estrutura necessária à um município.
A ilha de Mosqueiro tem muita história pra contar.
Passou por diversos marcos da história nacional e foi um importante ponto de
refugio para a aqueles que procuravam a tranquilidade e o sossego. Embora o
progresso tenha agido no município, infelizmente, o desemprego, fator
predominante em muitas sociedades, também impera nesta bela ilha. O Turismo é
um forte fator de combate a isto, pois, tendo a ilha tantos lugares ainda
inexplorados, e outros bem conhecidos, conta com atrações e paisagens naturais
que contribuem para o fomento do setor. Tendo também uma grande participação na
historia do Estado, Mosqueiro tem um leque de opções para aqueles que buscam
aventurar-se no passado e no presente ao mesmo tempo. É perceptível a alta
procura pela ilha, principalmente de turistas de outras cidade, durante as férias, deixando o lugar sempre cheio e movimentado. Como as férias acabam, essa movimentação
também diminui, deixando a ilha “vazia” e sem espectadores desse espetáculo
natural. É aí que o turismo entraria como gerador de emprego e valorização do
lugar, pois, atraindo turistas, atrairia também investimentos, olhares e
cuidados para a ilha.
Praia da Baía do Sol
Praia da Baía do Sol
Fontes: ILHAS AMAZÔNICAS, O arquipélago de mosqueiro Belém, Pa.
Edição 1, Janeiro de 2006.